quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Não seria assim... [my wonderland]




Pessoas sempre se cumprimentam dizendo "ola, tudo bom?" sendo que na verdade mal queriam dizer "oi". Quantas pessoas [ao meu ver] falsas existem ao nosso redor e nem nos damos conta?
Muitas pessoas pensam que estão repletas de amigos(as) e que todos conversam por pura alegria. Quantas delas só falam contigo por puro interesse, bajulação ou educação?
Me disseram hoje "ser pop é o que há!"... NÃO! ser pop não é o que há! Só vai aumentar a quantidade de pessoas interesseiras ao seu redor, pessoas que te julgam pela sua aparencia e que só falam contigo por obrigação mas que na verdade sentem vergonha de andar ao seu lado.

O que há de errado com esse mundo? tantas coisas que não fazem sentido para mim...

"If I had a world of my own, everything would be nonsense
Nothing would be what it is because everything would what it isn't"

Hakuna Matata and Have Sweet Dreams (~'-')~

sábado, 16 de abril de 2011

Cidade - maravílha criada pela Civilização.



Jacinto, por um impoulso bem jacíntico, caminhou gulosamente para a borda do terraço, a contemplar Paris. Sob o céu cinzento, na planície cinzenta, a cidade jazia, toda cinzenta, como uma vasta e grossa camada de caliça e telha. E, na sua imobilidade e na sua mudez, algum rolo de fumo, mais tênue e ralo que o fumear de um escombro mal apagado, era todo o vestígio visível da sua vida magnífica.
Então chasqueei risonhamente o meu príncipe. Aí estava pois a Cidade, augusta criação da humanidade! Ei-la aí, belo Jacinto! Sobre a crosta da Terra - uma camada de caliça, apenas mais cinzenta! No entanto ainda momentos antes a deiráramos prodigiosamente viva, cheia de um povo forte, com todos os seus poderosos órgãos funcionando, abarrotada de riqueza, resplandecente de sapiência, na triunfal plenitude do seu orgulho, como rainha do mundo coroada de graça. E agora eu e o bel oJacinto trepávamos a uma colina, espreitávamos, escutávamos - e de toda a estridente e radiante civilização da cidade não percebíamos nem um rumor nem um lampejo! E o 202, soberbo 202, com os seus arames, os seus aparelhos, a pompa da sua mecânica, os seus trinta mil livros? Sumido, esvaído na confusão de telha e cinza! Para este esvaecimento pois da obra humana, mal ela se contempla de cem metros de altura, arqueja o obreiro humano em tão angustioso esforço? Hem, Jacinto? ... Onde estão os teus armazéns servidos por três mil caixeiros? E os bancos em que retine o ouro universal? E as bibliotecas atulhadas com o saber dos séculos? Tudo se fundia numa nódoa parda que suja a Terra, aos olhos piscos de um Zé Fernandes, logo que ele suba, fumando o seu cigarro, a uma arredada colina - a sublime edificação dos tempos não é mais que um silencioso monturo da espessura e da cor do pó final. O que será então aos olhos de Deus!
E ante estes clamores, lançados com afável malícia para espicaçar o meu Príncipe, ele murmurou pensativo:
- Sim, é talvez tudo uma ilusão... E a Cidade a maior ilusão!
Tão facilmente vitorioso redobrei a facúndia. Certamente, meu Príncipe, uma ilusão! E a mais amarga, porque o homem pensa ter toda a sua miséria. Vê, Jacinto! Na Cidade perdeu ele a força e beleza harmoniosado corpo, e se tornou esse ser ressequido e escanifrado ou obeso e afogado em unto, de ossos moçes como trapos, de nervos trêmulos como arames, com cangalhas, com chinós com dentaduras de chumbo, sem sangue, sem febra, sem viço, torto, corcunda - esse ser em que Deus, espantado, mal pode reconhecer o seu esbelto e rijo e nobre Adão! Na Cidade findou a sua liberdade moral: cada manhã ela lhe impõe uma necessidade, e subalterno, a sua vida é um constante solicitar, adular, vergar, rastejar, aturar; rico e superior como um Jacinto, a sociedade logo o enreda em tradições, preceitos, etiquetas, cerimônias, praxes, ritos, serviços mais disciplinares que os de um càrcere ou de um quartel... A sua tranquilidade (bem tão alto que Deus com ela recompensa os santos) onde está, meu Jacinto? Sumida para sempre, nessa batalha desesperada pelo pão, ou pela fama, ou pelo poder, ou pelo gozo, ou pela fugidia rodela de ouro! Alegria como a haverá na Cidade para esses milhões de seres que nunca fartando o desejo, incessantemente padecem de desilusão, desesperança ou derrota? Os sentimentos mais genuinamente humanos logo na Cidade se desumanizam! Vê, meu Jacinto! São como luzes que o áspero vento do viver social não deixa arder com serenidade e limpidez; e aqui abala e faz tremer; e além brutamente apaga; e aadiante obriga a flamejar com desnaturada violência. As amizades nunca passam de alianças que o interesse, na hora inquieta da defesa ou na hora sôfrega do assalto, ata apressadamente com um cordel apressado, e que estalam ao menor embate da rivalidade ou do orgulho. E o amor, na Cidade, meu gentil Jacinto? Considera esses vastos armazéns com espelhos, onde a nobre carne de Eva se vende, tarifada ao arratel, como a de vaca! Contempla ese velho deus do himeneu, que circula trazendo em vez do ondeante facho da paixãoa apertada carteira do dote! Espreita essa turba que foge dos largos caminhos assoalhados em que os faunos amam as ninfas na boa lei natural, e busca tristemente os recantos lôbregos de Sodoma ou de Lesbos!... Mas o que a Cidade mais deteriora no homem é a Inteligência, porque ou lha arregimenta dentro da banalidade ou lha empurra para a extravagância. Nesta densa e pairante camada de idéias e fórmulas que constitui a atmosfera mental das cidades, o homem que a respira, nela envolto, só pensa todos os pensamentos já pensados, só exprime todas as expressões já exprimidas - ou então, para se destacar na pardacenta e chata rotina e trepar ao frágil andaime da gloríola, inventa num gemente esforço, inchando o crânio, uma novidade disforme que espante e que detenha a multidão como um monstrengo numa feira. Todos, intelectualmente, são carneiros, trilhando o mesmo trilho, balando o mesmo balido,com o focinho pendido para a poeira onde pesam, em fila, as pegadas pisadas; e alguns são macacos, saltando no topo de mastros vistosos, com esgares e cabriolas. Assim, meu Jacinto, na Cidade, nesta nesta criação tão anti-natural onde o solo é de pau e feltro e alcatrão, e o carvão tapa o céu, e a gente vive acamada nos prédios como o paninho nas lojas, e a claridade vem pelos canos, e as mentiras se murmuram através de arames - o homem aparece como uma criatura anti-humana, sem beleza, sem força, sem liberdade, sem riso, sem sentimento, e trazendo em si um espírito que é passivo com um escravo ou impudente como um histrião... E aqui tem o belo Jacinto o que é a bela Cidade!
E ante estas encanecidas e veneráveis invectivas, retumbadas pontualmente por todos os moralistas bucólicos, desde Hesíodo através dos séculos - o meu Príncipe vergou a nuca dócil, como se elas brotassem, inesperadas e frescas, de uma revelação superior, naqueles cimos de Montmartre:
- Sim, com efeito, a Cidade... É talvez uma ilusão perversa!
Insisti logo, com abundância, puxando os punhos, saboreando o meu fácil filosofar. E se ao menos essa ilusão da Cidade tornasse feliz a totalidade dos seres que a mantêm... Mas não! Só uma estreita e reluzente casta goza na Cidade os gozos especiais que ela cria. O resto, a escura, imensa plebe, só nela sofre, e com sofrimentos especiais que só nela existem! Desde terraço, junto a esta rica basílica consagrada ao coração que amou o pobre e por ele sangrou, bem avistamos nós o lòbrego casario onde a plebe se curva sobre esse antigo opróbrio de quem nem religiões, nem filosofias, nem morais, nem a sua própria força brutal a poderão jamais libertar! Aí jas, espalhada pela cidade, com esterco vil que fecunda a cidade. Os séculos rolam; e sempre imutáveis farrapos lhe cobrem o corpo, e sempre debaixo deles, através do longo dia, os homens labutarão e as mulheres chorarão. E com este labor e este pranto dos opobres, meu Príncipe, se edifica a abundância da Cidade! Ei-la agora coberta de moradas em que eles se não abrigam. armazenada de estofos, com que eles se não agasalham; abarrotada de alimentos, com que eles se não saciam! Para eles só a neve, quando a neve cai, e entorpece e sepulta as criancinhas aninhadas pelos bancos das praças ou sob os arcos das pontes de Paris... A neve cai, muda e branca na treva, as criancinhas gelam seus trapos; e a polícia, em torno, ronda atenta para que não seja perturbado o tépido sono daqueles que amam a neve, para patinar nos lagos do Bosque de Bolonha com peliças de três mil francos. Mas quê, meu Jacinto! A tua Civilização reclama insaciavelmente regalos e pompas, que só obterá, nesta amarga desarmonia social, se o capital der ao trabalho, por cada arquejante esforço, uma migalha ratinhada. Irremediável é pois, que incessantemente a plebe sirva, a plebe pene! A sua esfalfada miséria é a condição do esplendor sereno da Cidade. Se nas suas tigelas fumegasse ajusta ração de caldo - não poderiaaparecer nas baixelas de prata a luxuosa porção de foie fras e túbaras que são o orgulho da Civilização. Há andrajos em trapeiras - para que as belas Madames d'Oriol, resplandecentes de sedas e rendas, subam, em doce ondulação, a escadaria da Ópera. Há mãos regaladas que se estendem, em beiços sumidos que agradecem o dom magnânimo de um sou - para que Efraions tenham dez milhões no Banco da França, se aqueçam à chama rica da lenha aromática, e surtam de colares de safiras as suas concubinas, netas dos duques de Atenas. E um povo chora de fome, e da fome dos seus pequeninos - para que os Jacintos, em janeiro, debiquem, bocejando, sobre pratos de Saxe. morangos gelados em champanhe e avivados de um fio de éter!
- E eu comi dos teus morangos, Jacinto! Miseráveis, tu e eu!
Ele murmurou, desolado:
- É horrivel, comemos desses morangos... e talvez por uma ilusão!
Pensativamente deixou a borda do terraço, como se a presença da cidade, estendida na planície, fosse escandalosa. E caminhamos devagar, sob a moleza cinzenta da tarde, filosofando - considerando que para esta iniqüidade não havia cura humana, trazida pelo esforço humano. Ah, os Efrains, os Trèves, os vorazes e sombrios tubarões do mar humano, só abandonarão ou afrouxarão a exploração das plebes, se uma influencia celeste, por milagre novo, mais alto que os milagres velhos, lhes converter as almas! O burguês triunfa, muito forte, todo endurecido no pecado - e contra ele são impotentes os prantos dos humanitários, os raciocínios dos lógicos, as bombas dos anarquistas. Para amolecer tão duro granito só uma doçura divina. Eis pois a esperança da Terra novamente posta num messias! ... Um, decerto, desceu outrora dos grandes céus; e, para mostrar bem que mandado trazia, penetrou mansamente no mundo pela porta de um curral. Mas a sua passagem entre os homens foi tão curta! Um meigo sermão numa montanha, ao fim de uma tarde meiga; uma repreensão moderada aos fariseus que então redigiam o Boulevard; algumas vergastadas dos Efrains vendilhões; e logo, através da porta da morte, a fuga radiosa para o Paraíso! Esse adorável filho de Deus teve demasiada pressa em recolher a casa de seu Pai! E os homens a quem ele incumbira a continuação da sua obra, envolvidos logo pelas influências dos Efrais, dos Trèves, da gente do Boulevard, bem depressa esqueceram a lição da Montanha e do lago de Tiberíade - eis que por seu turno revestem a púrpura, e são bispos, e são papas, e se aliam à opressão, e reinam com ela, e edificam a duração do seu reino sobre a miséria dos sem pão e dos sem-lar! Assim tem de ser recomeçada a obra da redenção. Jesus, ou Guatama, ou Crisma, ou outro desses filhos que Deus por vezes escolhe no seio de uma virgem, nos quietos vergéis da Ásia, deverá novamente descer à terra de servidão. Virá ele, o desejado? Porventura, já algum grave rei do Oriente despertou, e olhou a estrela, e tomou a mirra nas suas mãos reais, e montou pensativamente sobre o seu dromedário? Já por esses arredores da dura cidade, de noite, enquanto Caifás e Madalena ceiam lagosta no Paillard. andou um anjo, atento, num vôo lento, escolhendo um curral? Já de longe, sem moço que os tanja, na gostosa pressa de um divino encontro, vem trotando a vaca, trotando o burrinho?

trecho de A Cidade e as Cerras.
Hakuna Matata and Have Sweet Dreams (~'-')~

sábado, 12 de março de 2011

Can I take off the mask now?


Pensando no tudo, o que consequentemente engloba o nada. Então, separando em partes o "tudo", posso dizer que estou pensando simplesmente em... nada.

Sinceramente não quero pensar em nada... posso ir dormir?

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Gelo




Ja pararam pra pensar em algumas coisas simples da vida que deveriamos agradecer por serem assim? [mas a quem?]

Usamos o gelo porque queremos nos refrescar. Em uma mesma materia [imaginem um copo com água], quando em menor temperatura, "pesa" mais que a de temperatura elevada e portanto vai para baixo... então toda a parte gelada tende a descer e a menos fria, a subir; Chegando finalmente em um ponto de equilibrio [esta mesma teoria pode ser usada para se aquecer a água na panela]. Ja pensaram como seria terrivel se o gelo fosse mais denso que a maioria dos liquidos? Ficaria no fundo do copo, resfriando a parte de inferior mas não tenderia a subir pois a parte mais fria é mais "pesada"! então teriamos uma bebida que a parte superior é mais "quente" que a inferior!
-x-


Dúvida:
Os anos são marcados de acordo com a idade de cristo. Por que comemoramos o natal dia 25 de dezembro e não no ano novo?

Como seria uma goteira no Alasca?

Hakuna Matata and Have Sweet Dreams (~'-')~

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Pensamentos importunos que não vêm em ordem

Passamos dias e dias pensando no futuro, sendo que na verdade o ontem, hoje e o amanhã podem ser exatamente a mesma coisa e ao mesmo tempo podem ser coisas que nunca se cruzarão, sendo totalmente diferentes umas das outras.

Ontem me disseram que estão super orgulhosos com meu irmão; Hoje falaram que não sou aquele que queriam que eu fosse; Amanhã dirão para que eu mude de opinião.
[Em qual daquelas o cotidiano entra?]

Não importa em qual delas o cotidiano se encontra, pois na verdade "se encontrar em algum lugar" é uma idéia ilusória que o ser humano usa para tentar enqüadrar tudo em seu círculo de conteúdo.

-x-

O oposto do impostor é aquilo que impos que o que importa não é o que impreguina em você, mas sim o que você quer que impreguine.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Livr[o/e]




Por que agora? O que? Pra que? Por que não?
Aquilo? Não, não é isso!
Aquilo que me intriga é aquilo que me entrega.

Por que tudo acontece de uma vez? Não posso adiar coisas pra resolver n'outro dia? O outro dia é aquele que não acontece nada, ja que tudo acontece de uma vez.
Passos vagos sem direção para chegar ao lugar que me encontro.
Encontro? Cade? O que quero achar não esta aqui então por que continuo procurando? Achei... que se continuar procurando em um mesmo lugar talvez possa passar o tempo com o nada.
Livro, livre de problemas e escandalos, dentre outros prantos o maior deles é a incapacidade de ouvir o problema dos outros e até os de si mesmo.

Hakuna Matata and Have Sweet Dreams (~'-')~

O ato de não sentir nada

Primeiro post copiado de meu outro blog [o segundo também será]. Acho que estes posts estão mais relacionados a este blog do que com o outro.


O ato de não sentir nada.

Ruim? Bom? Talvez.

As vezes penso que estou sentindo um vazio por dentro e ao mesmo tempo não consigo entender o que me falta. Ruim? Bom? Talvez. Não sentir nada pode não ser ruim, estou vivendo o hoje-de-agora de um modo muito simples, não fazendo nada. Sentimentos, Expressões, Atos, Pensamentos e Vontades... os de agora são todos vagos.

Escrevo escrevo escrevo... mas por quê? Por que não faze-lo? Confuso? naah, o que importa se escrevo ou não? Não escrevo para impressionar, escrevo para expressar. Seja qual for o sentimento que passo a alguem, não importa pois o que quero é só escrever e continuar escrevendo enquanto posso.

Posso, passa, lembranças de minha pasárgada. Apesar de não sair dela, sinto que não estou mais presente. Por mais que estejamos no mesmo lugar, as boas lembranças ja foram e a história ja foi presenciada. Saudades da boa e velha época.

Época, ética, fétida. A núvem que estava aqui agora há pouco ja não esta mais e continuo escrevendo-vendo. Vendo os olhos e posso sentir o sopro do vento. O ar chamado Nada ainda vem, em leves brisas suaves que se esvaem por entre meus dedos que não param de escrever escrever escrever. Por que escrevo? Por que não escrever? Não me importo disso ou daquilo. Palavras me vêem aos poucos e o resto continua em seu lugar. Gostaria às vezes de ser uma TV, poderia ficar "no ar".

Não estou triste, nervoso, chateado, feliz, sorridente, depressivo ou com algum outro sentimento que existe [que podem ser a mesma coisa, só muda de nome e de como você ve]. Pode ser um post intrigante e totalmente fora do "comum para mim", mas o que é o meu comum? Somos todos um bando de variantes e incógnitas em constante mudança que juntamos e fingimos achar um conjunto solução.

Escrevo sem sentir nada. Acho que um dia passa.
Ruim? Bom? Talvez.

Hakuna Matata and Have Sweet Dreams (~'-')~